Noite,
espectro tenso.
Palco
do desprendimento;
A
testemunha da vida que geme
No
porão do medo.
Lembras-te
de quando saltitávamos
Na
via dos soterrados
E
libertávamos paredes?
Dançávamos
Porque
não podiam dançar
Todas
aquelas árvores processadas
Em
poluição visual.
Dançávamos
A
dança do silêncio
Dos
quarteirões leiloados
Da
história abandonada
Ruindo
por todos os lados,
Bloco
a bloco,
Sobre
vultos trafegantes
E
claudicantes,
Seus
diletantes.
Dançávamos
O
silêncio labrego
Dos
filhos do provincianismo;
Éramos
ridículos
Porque
eles não ouviam a música,
Tampouco
o grito.
Dançávamos
o corpo
Para
contrariar a rigidez das casas-torres.
Contorcíamos
a mente
Para
iluminar os bastidores.
O
maior terror de uma cidade fantasma
É
o calvário voluntário
Dos
seus espíritos implodidos
Reduzidos
a nada.
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