Pelas
artérias escuras
Ou
numa ruela pálida
Sobre
o asfalto frígido
Foges
da noite ávida
Transgrides
a lucidez
Beijas
o alcatrão húmido
Desdenhas
da sensatez
Vingas-te
do olvido
Desafias
altitudes
Entranhas-te
pelas Virtudes
Pelos
jardins que choram
As
tuas vicissitudes
Pela urbe que pernoita
Fazes-me
sequaz
Da
purgação que te açoita
Dos
pecados que te dão paz
Entorpeces esquinas
E
avanças veredas
E
das muralhas fernandinas
Expeles
labaredas
A
tua silhueta insegura
O
equilíbrio à prova
No
trapézio onde os loucos
Recitam-te em verso e prosa
A
cara, a coroa
O vinho, a cruz
O passeio, a garoa
O vinho, a cruz
O passeio, a garoa
O
calvário, a luz
As
lágrimas salgadas
As
curvas delgadas
As
madeixas douradas
As
roupas molhadas
Beijos
na sarjeta
A
cidade à espreita
A
percepção rarefeita
A
rua de Cedofeita
A
Travessa das Almas
O
recanto dos corpos
Uma
noite inóspita
Que
dispensa remorsos
O
dilúvio que finda
Traz
a calmaria
Ao atalho onde seguem
A
tua sina e a minha.
Nota: dedicado a Joana Isabel, uma moça portuense.
Nota: dedicado a Joana Isabel, uma moça portuense.
No comments:
Post a Comment