Rubra
carnalidade
De
corpos emaranhados:
Suores
e odores;
Calvário
dos pudores.
A
música que embriaga,
As
luzes que profanam;
Na
bruma dos pecados
Tombam
os honrados.
Festim
de anjos caídos
Na
casa do Diabo;
Despejam
fecalúria
No
beco da luxúria.
Altar
dos libertinos,
Vingança
dos aflitos:
Liberam
suas culpas;
Partilham
o gemido.
Rabiscam
cicatrizes,
Emendam
os cabelos;
Libertam-se
das roupas
E
minam os miolos.
Temperam
com suor
O
caldo infernal;
Desatam
todo o nó
Da
conduta moral.
Tragam
cada gota
Do
álcool ingerido
E
na dança expelido
De
corpos contorcidos.
À
mesa ou no lavabo
Ninguém
é inocente;
O
coito segue o ritmo
Do
Rock and Roll antigo.
A
noite é generosa
E
tem amplo cardápio
E
só finda na manhã
Em
um qualquer divã.
Jovens
malditos,
Velhos
carcomidos.
Orgia
musical;
Que
santo é o Carnaval!
Volúpia
dos sentidos,
Dos
beijos foragidos.
Compassos
sensuais;
Instrumentos
carnais.
Cidade
dos pecados;
Da
prevaricação,
Da
alucinogenia,
Da
vil melancolia.
Transborda
a libido
E
os cantos proibidos;
Entorpece
a misantropia
No
orgasmo da utopia.
Nota: "Vagon" é o nome de um pub de Rock and Roll em Praga. Quem já o frequentou, nem que por uma vez, sabe.