O
que importa o escuro à tua volta
Quando
o teu brilho cintila?
És
como uma estrela
Que
lampeja na vastidão negra do espaço.
E,
como ela, és apenas mais uma
Dentre
a infinidade que te rodeia;
És
apenas um pontinho luminoso
Que
vive para radiar.
Sim,
és apenas mais uma,
Mas,
como todas as estrelas,
Tens
luz própria
Para
iluminar-te a ti
E
a quem habita a tua órbita.
E
quem tem luz própria,
Por
menor e mais insignificante que pareça,
Tem
a liberdade da autoafirmação,
E,
ao contrário desses enormes planetas sombrios,
Não
depende do heliocentrismo alheio.
Mas,
Mesmo
sendo apenas mais uma,
O
teu brilho interiorizado
Te
revela o astro raro que és,
Porque
não há nenhum outro igual a ti
Em
meio a toda esta poeira cósmica.
Nem
a outra estrela
Surgida
no Big Bang da tua progenitora!
Pois
então mais que o teu brilho natural
Eu
celebro a tua singularidade,
Porque
és única
E
a Mãe Natureza nunca modelara
E
nunca voltará a modelar
Alguém
como tu.
És
uma estrela,
Mas
deambulas pelo meu universo
Como
um cometa
Que
passa e rabisca luz.
E
é esta luz, fina e afiada,
Que
rasga o peito
Deste
astrônomo que te observa
Cá
de baixo,
Deste
telescópio enferrujado,
Cuja
função é te ajustar
Ao
tamanho do teu esplendor.