Faz-se
prolongar indevidamente, a noite,
Transcorrida
largamente pela lentidão dos ponteiros,
De segundos que se arrastam, hipnotizados,
De segundos que se arrastam, hipnotizados,
E pelo
ritmo atenuado de sapatos estaladiços.
A
dança paulatina das árvores ao léu
Interpola
a desforra moribunda
No
epílogo do limbo urbano;
Escombros
humanos soterrados na penumbra,
Na
sarjeta,
Na
decadência poética,
No
esgoto do livre arbítrio,
Dichavando
a perdição,
Entornando tinto seco goela abaixo,
Encarando
a pose arrogante das gaivotas famintas
E
o desfile de carcaças distintas
Na
passarela dos emborrachados.
Engolidos
pela madrugada desacelerada,
Pela
rouquidão da sombra motorizada
Que
suga a produção inútil da vida noturna;
Espólios
da boemia gentrificada.
Os
resquícios de luxúria se dissolvem nas atenuantes,
Nas
luzes flamejantes difusas,
Tanto
quanto nos dissolvemos nos delírios
Das
gargalhadas histéricas
E
na leveza desvairada.
A
invocação matutina é o absurdo dos sentidos,
É
a visão turva e desajustada,
A
silhueta trêmula; valsa de cadência cambaleante
Nos
passeios padronizados.
Mentes
despidas, centrifugadas e aceleradas
Em conjeturas que se sucedem inacabadas.
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