Saturday, August 9, 2014

Vladimir

Passam transeuntes
E turistas varridos
Passa a brisa
E o olhar dos mendigos
Passam cavalos
E seu ar de martírio
E as gentes esnobes
Que desfilam delírio
As notas ecoam
E invadem ouvidos
Que se fazem ajustados
Os mais providos
Cada sopro é um esforço
Um grito de alívio
Que esbugalha os olhos
E faz tremer os cambitos
Passam os carros
Seus roncos poluídos
Que lhe ofuscam as notas
Mas não lhe tiram o brilho
Passam as modas
A chuva, a neve e o frio
Passa o verão
Esmorece-se o brio
E passam os anos
E renova-se a vista
Mas no coração da cidade
Nunca passa o artista.


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