Quando
a prata cintilante rasga a penumbra
E suas manchas silhuetam o coelho selênico
-
padroeiro supremo das causas etílicas -
O
ritual, cá embaixo, na cachola reslumbra
Na
Baixa ou na Alta, na Ribeira ou no beco
Estilhaçamos
palavras em rajada e bravata
Orações
seculares em goles secos permutam
Vagueamos
em prosa, um mineiro e um tcheco
Consumimos
ruelas e defloramos garrafas
Deixamos
um rasto de poesia revoltada
E
afogamos no álcool as vigências amorfas
Esmiuçamos
quimeras da esfera que translada
E
que gira sob os auspícios da nossa embriaguez
E
depravamos olivas com dissimulada lucidez.
Nota: poema dedicado ao meu amigo poeta e pensador Otávio Moraes e às nossas aventuras etílicas, libertinas e filosóficas. Obrigado pela companhia, pela inspiração e por me fazer voltar a escrever poesia.
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