É
inócuo tudo o que é dito perante a empatia.
São
palavras ocas que desfiam;
São
vazias.
Elas
podem aquecer
Apenas
como a fogueira que finda na brasa
Por
não resistir ao sopro rigoroso
Do
inverno da alma.
Esquece
as palavras!
Olha-te
quem és nem que seja pelos meus olhos.
Não
preciso chamar simpatia
Ao
sorriso que em ti brilha;
Nem
humildade
À
forma como à própria escalada reages;
Nem
loucura aos teus ímpetos
Que
são tão desesperadamente meus
Que
nem imaginas, nem imaginas...
E
a cada nova porta que abres
Não
preciso chamar curiosidade;
No
mel da tua doçura não preciso lambuzar-me
Para
provar o conforto da tua simplicidade.
Não
preciso aprender outras línguas
Para
chamar-te cosmopolita.
Nenhuma
palavra te descodifica,
Porque
está tudo gravurado na tua essência,
Sem
que seja preciso um espelho
Para
mostrar-te a tua beleza.
Não
preciso atiçar-te no apagar das luzes
Para
sentir a tua paixão
Em
ebulição:
O
clamor pela vida que te rubra.
Faço-o
pela vontade egoísta de contagiar-me
E
entorpecer-me de ti.
Não
preciso ser maquiavélico para chamar-te inocente:
Inocência
num mundo de culpados
É
o estandarte da coragem.
Mas
não são virtudes as palavras elogiosas
Na
rima dos versos ou na cadência das prosas
Se
eu não as assumo minhas
Para
que possas olhar-me nos olhos
E,
simplesmente, proteger o silêncio.
É
como uma flor morta,
Que
ainda assim transborda vida
E
diz mais do que mil palavras escritas.
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