No
vale dos rabelos,
Nas
fundações caprichosas,
Paira-nos
a derrocada
De
irregulares encostas.
Sob
nuvens viageiras
Que
aveludam o céu
Na
cidade distraída
Por
ecrãs verdes ao léu.
Pelas
vidraças destroçadas
Eis o quase talvegue
De
brilhos tão radiantes
Mas
hábitos alienantes.
E
no escuro velho galpão,
Protetor
da história
-
Enólogo guardião
Que
engarrafa a memória -,
Não
só velas fazem luz
Nas
festivas comunhões,
Há
também a que produz
A
áurea dos próprios foliões;
Libertadores
de recantos
Esquecidos
pelo mundo;
Condenados
aos desencantos
Que
deles fazem casas de chuto.
Mas
nas poucas eternas horas
A
música desencaixota
E
o vinho desengarrafa
E em vida fica a cave envolta.
E
quando numa ébria noite
A
nostalgia latejar
E
eu não mais sentir a música,
E
a luz da ponte se apagar,
Ocuparei
a margem norte
Do
célebre manancial
E
sorrirei a mais um lote
De onde emanou a Bella Ciao.
No comments:
Post a Comment