O
que fazer destes poemas
E
destas páginas rasgadas
E
dos épicos epílogos
Desta
obra inacabada?
E
as canções que desafinam
Com
os nós na garganta
E
os acordes dissonantes
Que
a minha mão já não alcança?
E
a aflição das incertezas
Nas
forasteiras madrugadas
E
o alívio imediato
De
quando, enfim, te entregavas?
E
esta cidade ao avesso,
Será,
então, desvirada?
E
as inconsequências
Já
não terão alvorada?
E
os mistérios das ruas
Serão,
então, revelados
Quando
a tua presença
Já
não espreitar de nenhum lado?
E
todos aqueles cantos
Onde
o teu mel eu bebi
Serão
apenas guardiões
De
nostalgia sem fim?
E
a tua memória
Nesta
cidade tão tua
Perseguir-me-á
Implacável
por cada rua?
O
que dirá o futuro
quando
fores "só uma lembrança"
E
eu andar pela Baixa
À
procura da tua esperança?
O
meu coração que é teu
Desprovido
de razão
Sabe
que inútil é o talento
Quando
não há inspiração
Por
isto a tua partida
Em
virtude me empobrece
E
a magnitude é só tua
Porque
nada de ti se esquece
E
do caos que é o teu mundo
Que
ao menos possas entender:
No
meu coração um dia entraste
Para mais forte ele bater.
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