Veio,
molhou e abrandou, a chuva:
Um
espelho, no chão, formado.
De
postes luzes atiram-se, em raios,
E
colorem vidros embaçados.
Os
trilhos do trem que não passa
São
lâminas encandecidas,
E
no banco molhado da praça
Recolho-me
à dormida.
A
garoa que me acomete, sutil,
E
que a minha alma lava,
São
lágrimas acumuladas;
Sorrio
e dou-lhe a cara.
Na
frescura da manhã eu colho
Cada
porção de primavera
Que
soprou a calada da noite
E
trouxe o cheiro de terra.
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