Monday, April 14, 2014

Ode à Libanesa

No teu poncho de acordes
amanhada com a viola
manifestas o teu brilho
me arrebatas um suspiro
Semblante de esfinge
modelada com requinte
és de Minas o tesouro
de um baluarte Mouro
Num místico timbre grave
me paralisas qual curare
só a ti não sou imune
o veneno é o teu deslumbre
Entorpeces meus sentidos
se me afogo nos teus braços
o negrume dos teus olhos
me colapsa em atos falhos
És a lenda do Oriente
a minha sina tão latente
que desprotege o meu peito
enclausurado e rarefeito
O derbakke faz o Samba
numa roda de dabke
fenícia tropical
ou andina árabe?
Capricho jovial
viola campaniça
briosa e guerreira
com a chama da justiça
És a musa do meu ócio
e o tom da cantoria
não só vinho partilhamos
também sonho e ideologia
Tua vida é um canto
teu sorriso é liberdade
no teu cheiro estão as garras
que me rendem à mocidade.


Nota: há pessoas que brilham aos meus olhos e me fascinam verdadeiramente. É o caso dessa moça. Não é uma questão de sexualidade nem de beleza. É empatia.

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