Friday, November 8, 2013

A Realidade

Abraçado por paredes
na penumbra do tempo
no rescaldo das luzes
no eco do silêncio
afundado na elevação da mente
nas profundezas das altas translações oníricas
eu, longe de mim,
corpo largado de alma em transe
fecundo sonhador de realidades distantes
quando acordarei para este sonho?
sugado pela estante de livros
sou poeta de uma lucidez absurda
sou boêmio de sobriedade mórbida
Ora, quem sou, senão um pássaro acanhado
com asas enferrujadas entre quatro paredes?

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